20/01/2009

Reminiscências 2

Meus olhos passeavam pelo decote que escondia os frutos maduros que faziam minha imaginação voar sem rumo, nem direção. O espaço visível de pele alva e rosada levava minha imaginação ao tom e à textura da pele encoberta pelo tecido da blusa que ela vestia. Chegava a sentir a ponta da minha língua passeando por entre aquele sulco que dividia e unia os frutos do meu desejo. Narinas dilatadas, pressentia o perfume que deles emanava, atraindo minha fome e aguçando meus sentidos. Eu tinha fome de senti-los presos entre minhas mãos, à mercê dos meus lábios ávidos que os sugariam, mordiscariam, lamberiam transformando todo aquele apetite em espasmos de amor. Boca seca, lábios selados pelo desejo, permitia que a imaginação voasse por aquele caminho entre os dois frutos, até alcançar a aréola de um deles, onde a língua passearia, gulosa, deixando atrás de si um rastro de saliva. Meus dentes procurariam o mamilo para mordiscá-lo deixando-o túmido e pronto para outros embates de carinho. Meus lábios comprimiriam sua pele pressionando-a em um passeio sem fim. Minhas mãos, em carícias mais ousadas, os sopesariam e passeariam por toda a sua superfície, despudoradamente, sem pressa, sem direção. O seu gosto e o seu perfume invadiriam os meus sentidos levando-me à loucura da satisfação de desejos longamente reprimidos. Seu corpo, enlanguescido pelo carinho, finalmente se abriria para o meu.

E minha tia continuava contando uma história de familia enquanto se abanava contra o calor daquele verão antigo...
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