17/01/2009

Reminiscências 1



este selinho eu ganhei da Nadejane, a menina "vencedora".



este selinho eu ganhei da Betinha , ela sim, a garota que transforma e melhora nossos dias.

Repasso ambos para todos os amigos leitores, pois todos são vencedores, transformadores e merecedores de premios.


Reminiscências 1



Aquela boca tirava minha paz. Mesmo os lábios fechados, unidos, sem sorriso, me deixavam sem lugar, sem chão. Meus olhos, grudados, ávidos, esperavam um leve deslocamento daqueles lábios carnudos, pintados de vermelho vivo, para banharem-se em sal e água. Espera angustiante, raramente satisfeita. Olhos secos, vidrados e a mente em variações febris. Vez ou outra ofereciam a dádiva de abrirem-se lentamente, permitindo a visão dos dentes brancos e perfeitos. Quando meus olhos fisgavam a fugacidade da ponta da língua rosada, meu coração palpitava mais forte, descompassadamente. Sorrisos? Raríssimos! Mas quando se anunciavam, era como o surgimento da aurora! Tudo se iluminava e as cores se intensificavam. Meus lábios ansiavam por aninhar-se entre aqueles inalcançáveis, minha língua via-se, sorrateira, insinuando-se à procura da sua, úmida e rosada, pronta para a carícia. Ansiava por sentir-se apertada entre os dentes alvos e brilhantes. Observando aqueles lábios fechados, unidos, sem sorriso, imaginava meu dedo passeando sobre eles, acariciando-os e fazendo-os se abrirem, roçando os dentes pelas minhas impressões digitais, oferecendo-me arrepios de prazer e surpresas inimagináveis. Imaginava-os ávidos, trêmulos de desejo, à espera do beijo inevitável. Meus olhos secos, vidrados, passeavam pelos lábios que lembravam botões de rosas prontos para o desabrocho, sem consciência do sofrimento da espera, do desejo contido, do beijo seqüestrado.

E a professora continuava explicando a Conjuração...