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Estava lembrando a última vez em que estive no Sambódromo do Rio para assistir ao desfile das Escolas de Samba, uma experiência inesquecível! Desde a chegada já sentimos o clima de festa e de alegria que pairava no ar e podia ser vislumbrado em todos os rostos das pessoas que se dirigiam aos camarotes ou às arquibancadas. Eu fui para uma das arquibancadas. Não recordo número, setor, mas estávamos bem localizados, com uma excelente visão de todo o percurso que as escolas fariam durante os desfiles. A continuação desta crônica você pode ler aqui. E não deixe de comentar lá mesmo, sua opinião é muito importante para todos nós.
E se não leu o post anterior, onde falo sobre meu envolvimento atual com o carnaval, leia. E opine.
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22/02/2009
18/02/2009
Eu e o carnaval
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Existem momentos na vida em que a gente conclui que já fez de tudo, experimentou o que teve vontade, curtiu todos os momentos. É aí que percebemos que vivemos uma boa vida, em toda sua plenitude, com um saldo bastante positivo, saldo esse que nos permite decidirmos apenas fazer aquilo que realmente tivermos vontade daí para a frente.
É o meu caso com relação ao carnaval. Quando jovem, fui a todos os bailes que quis, dancei em clubes e também nos blocos de rua. Com ou sem namorada, não faltavam as imprescindíveis companhias femininas para alegrar ainda mais minhas festas. Aliás, naquela época o carnaval era mesmo uma grande festa, com pouquíssima violência, onde as drogas pesadas, se existiam, eram usadas discretamente. Nos salões imperavam as grandes orquestras, com seus metais e crooners, que, além da animação dos foliões, garantiam um show de interpretação para os que, cansados, ficavam em suas mesas bebericando, namorando ou simplesmente curtindo a grande festa de alegria.
Havia o que se chamava de “guerra de serpentinas e confetes”, com aquelas atravessando o salão, cruzando-se sobre nossas cabeças. O confete era como chuva miúda e colorida, que invadia até mesmo as mais íntimas partes do vestuário. Era comum, no dia seguinte, encontrar confetes colados nas cuecas, dentro dos sapatos, no meio dos cabelos. Havia o lança perfume, depois proibido, mas que era borrifado nos outros foliões, deixando aquela sensação geladinha na pele. Algumas pessoas costumavam espirrar discretamente nos lenços e aspirar, mas era coisa pequena perto do que fazem os foliões de hoje, com drogas muito mais pesadas.
Nas ruas, a alegria era geral. Blocos desfilavam, aplaudidos pelas famílias que ficavam nas calçadas, velhos, adultos, crianças, todos se divertindo em comunidade. Havia poucas escolas de samba, mas onde passava uma, era um espetáculo inesquecível, com seus carros alegóricos e suas fantasias mais elaboradas. Os foliões se preparavam o ano inteiro para, nos dias de carnaval apresentar o seu espetáculo para o povo, sem disputas, sem premiações.
Isso tudo mudou, já nem sei se existem os bailes em clubes, como antigamente. Os blocos continuam, mas hoje, muitos dos foliões estão bêbados ou drogados, a evolução é em ritmo mais frenético, conforme os tempos atuais. As escolas estão reguladas, apresentam-se em sambódromos, têm tempo certo para percorrer o espaço determinado e objetivando a primeira colocação. Muitos torcedores (antes, foliões) nem aceitam um segundo ou terceiro lugar, como se isso fosse caso de honra, de vida ou morte. A apresentação das escolas, especialmente no Rio e em São Paulo, transformou-se num grandioso espetáculo. Belíssimo, reconheço. Mas sem a poesia e o lirismo de antigamente.
Existem os carnavais de outros estados, de outras regiões, com suas características próprias. Infelizmente, sobre eles nada posso dizer, por não conhece-los, por não ter tido a felicidade de curti-los. Conheço apenas os do Rio e os de São Paulo. E o daqui de Paraty, que já foi muito melhor. Hoje, nem escola de samba temos mais. Apenas alguns blocos que fazem a alegria do povo.
Por tudo isso, hoje sou mais de me divertir com a alegria alheia. Gosto de ver os desfiles das escolas de samba pela TV, embora seja cansativo ficar uma noite inteira no sofazão. Adoro ir ao Sambódromo, mas infelizmente não é toda vez que posso fazer essa estravagância. Mas gosto mais como espetáculo do que propriamente como carnaval. Claro que o carnaval está inserido no contexto, mas não vou participar da festa, vou ver e sentir o “maior espetáculo da Terra”.
Então, meu programão no carnaval é perambular pelas ruas de Paraty, me divertindo com os blocos de fantasias, de crianças e de bonecos que alegram a cidade e, no sábado de carnaval, não perco o “Bloco da Lama”, onde centenas de pessoas se enlameiam num local de lama negra e saem sujos e enfeitados com galhos, chifres, tecidos grosseiros e tacapes, num espetáculo único e belíssimo em seu conjunto.
Como vê, não preciso de mais do que isso. Já curti muito o reinado de Momo, hoje, quero mais tranquilidade, alguma diversão e muita, muita companhia, bons papos, boas risadas com os amigos. Essa é minha grande diversão no carnaval.
Lembrete
Não esqueça de visitar-nos aqui. Dia sim, dia não, uma nova e saborosa crônica à sua disposição.
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Existem momentos na vida em que a gente conclui que já fez de tudo, experimentou o que teve vontade, curtiu todos os momentos. É aí que percebemos que vivemos uma boa vida, em toda sua plenitude, com um saldo bastante positivo, saldo esse que nos permite decidirmos apenas fazer aquilo que realmente tivermos vontade daí para a frente.
É o meu caso com relação ao carnaval. Quando jovem, fui a todos os bailes que quis, dancei em clubes e também nos blocos de rua. Com ou sem namorada, não faltavam as imprescindíveis companhias femininas para alegrar ainda mais minhas festas. Aliás, naquela época o carnaval era mesmo uma grande festa, com pouquíssima violência, onde as drogas pesadas, se existiam, eram usadas discretamente. Nos salões imperavam as grandes orquestras, com seus metais e crooners, que, além da animação dos foliões, garantiam um show de interpretação para os que, cansados, ficavam em suas mesas bebericando, namorando ou simplesmente curtindo a grande festa de alegria.
Havia o que se chamava de “guerra de serpentinas e confetes”, com aquelas atravessando o salão, cruzando-se sobre nossas cabeças. O confete era como chuva miúda e colorida, que invadia até mesmo as mais íntimas partes do vestuário. Era comum, no dia seguinte, encontrar confetes colados nas cuecas, dentro dos sapatos, no meio dos cabelos. Havia o lança perfume, depois proibido, mas que era borrifado nos outros foliões, deixando aquela sensação geladinha na pele. Algumas pessoas costumavam espirrar discretamente nos lenços e aspirar, mas era coisa pequena perto do que fazem os foliões de hoje, com drogas muito mais pesadas.
Nas ruas, a alegria era geral. Blocos desfilavam, aplaudidos pelas famílias que ficavam nas calçadas, velhos, adultos, crianças, todos se divertindo em comunidade. Havia poucas escolas de samba, mas onde passava uma, era um espetáculo inesquecível, com seus carros alegóricos e suas fantasias mais elaboradas. Os foliões se preparavam o ano inteiro para, nos dias de carnaval apresentar o seu espetáculo para o povo, sem disputas, sem premiações.
Isso tudo mudou, já nem sei se existem os bailes em clubes, como antigamente. Os blocos continuam, mas hoje, muitos dos foliões estão bêbados ou drogados, a evolução é em ritmo mais frenético, conforme os tempos atuais. As escolas estão reguladas, apresentam-se em sambódromos, têm tempo certo para percorrer o espaço determinado e objetivando a primeira colocação. Muitos torcedores (antes, foliões) nem aceitam um segundo ou terceiro lugar, como se isso fosse caso de honra, de vida ou morte. A apresentação das escolas, especialmente no Rio e em São Paulo, transformou-se num grandioso espetáculo. Belíssimo, reconheço. Mas sem a poesia e o lirismo de antigamente.
Existem os carnavais de outros estados, de outras regiões, com suas características próprias. Infelizmente, sobre eles nada posso dizer, por não conhece-los, por não ter tido a felicidade de curti-los. Conheço apenas os do Rio e os de São Paulo. E o daqui de Paraty, que já foi muito melhor. Hoje, nem escola de samba temos mais. Apenas alguns blocos que fazem a alegria do povo.
Por tudo isso, hoje sou mais de me divertir com a alegria alheia. Gosto de ver os desfiles das escolas de samba pela TV, embora seja cansativo ficar uma noite inteira no sofazão. Adoro ir ao Sambódromo, mas infelizmente não é toda vez que posso fazer essa estravagância. Mas gosto mais como espetáculo do que propriamente como carnaval. Claro que o carnaval está inserido no contexto, mas não vou participar da festa, vou ver e sentir o “maior espetáculo da Terra”.
Então, meu programão no carnaval é perambular pelas ruas de Paraty, me divertindo com os blocos de fantasias, de crianças e de bonecos que alegram a cidade e, no sábado de carnaval, não perco o “Bloco da Lama”, onde centenas de pessoas se enlameiam num local de lama negra e saem sujos e enfeitados com galhos, chifres, tecidos grosseiros e tacapes, num espetáculo único e belíssimo em seu conjunto.
Como vê, não preciso de mais do que isso. Já curti muito o reinado de Momo, hoje, quero mais tranquilidade, alguma diversão e muita, muita companhia, bons papos, boas risadas com os amigos. Essa é minha grande diversão no carnaval.
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12/02/2009
Trio
Ele a olhava enquanto ela puxava o zíper do vestido lilás e virava-se lentamente. Ele a olhava pelo espelho daquele quarto de motel onde, momentos antes, haviam se tocado intimamente, entre frases entrecortadas de gemidos.
Ele disse que o vestido era muito bonito e ela, com uma mesura zombeteira, agradeceu enquanto se sentava na beirada da cama para deslizar as meias de seda pelas pernas torneadas, antes de calçar os sapatos com saltos altíssimos. Com sua maquiagem leve e o batom vermelho, ela parecia ainda mais bonita. Seus gestos firmes mostravam uma mulher decidida e moderna, que não se importava em sair sozinha do motel, deixando o homem com quem estivera, nu no quarto. Ele puxou sua cabeça e, com cuidado para não estragar o batom, beijou-a levemente nos lábios.
Ao lado da cama, sobre a mesinha de cabeceira, duas taças de cristal de segunda continham restos de champanhe. Ao lado das taças, o relógio de pulso dele, os óculos, chaves e a carteira de documentos. Numa cadeira, o jeans desbotado e uma camisa jogada displicentemente. A cueca estava no chão, ao lado dos sapatos mocassim.
Ela se levantou, balançou de leve a cabeça para soltar melhor os cabelos e, com as mãos, alisou a seda do vestido sobre o corpo sinuoso. Olhou-o e riu. Apanhou a bolsa, virou o corpo diante do espelho mais uma vez e, satisfeita com o resultado, acenou e saiu. No ar, pairava ainda o seu perfume levemente apimentado.
Ele se deixou ficar sobre os lençóis revolvidos, pensando ainda nos momentos de prazer que tivera há tão poucos minutos. Esses pensamentos provocaram-lhe uma leve excitação e suas mãos começaram a acariciar o falo endurecido. Aos poucos, o prazer foi tomando conta do seu corpo até esvair-se em uma erupção espalhada sobre seu abdômen.
Ele se levantou lentamente e dirigiu-se ao banheiro. Após a ducha, voltou para o quarto e começou a vestir-se. Era necessário que retornasse à sua casa, à sua família, à sua vidinha comum.
Ao dobrar a esquina da rua em que morava já viu sua esposa parada junto ao portão, trocando fofocas com as vizinhas. A cabeça, aumentada pelos bobs e um lenço colorido, era dividida por um nariz longo que diminuía ainda mais os lábios finos. Os olhos, miúdos, pareciam fechados por trás das grossas lentes dos óculos que teimavam em escorregar sobre a pele oleosa do nariz. As orelhas, escondidas pelos bobs, ele sabiam que eram grandes como asas. Nenhuma beleza, nenhum encanto, nenhum dom especial distinguia aquela mulher, cujo corpo volumoso exibia fartos seios que combinavam com o traseiro enorme.
Quando se aproximou do portão, as vizinhas os olharam com olhos de cobiça e nem se deram ao trabalho de esconder os sorrisos de sedução e os gestos coquetes com que procuravam ajeitar os cabelos ou alisar os vestidos caseiros. Ele sabia ser ainda um belo homem, no auge de sua masculinidade madura. Já ela, deixava-se embarangar a olhos vistos. Mesmo sendo impossível uma comparação, a “outra” ganhava disparado em charme, elegância, sedução. Ao contrário desta, ela seguira uma carreira profissional, se mantinha a par dos assuntos do momento e era capaz de discutir de política a economia, de moda a gastronomia. Sua esposa mal sabia dos assuntos do fogão ou da novela das nove.
Cumprimentou as vizinhas, recebeu um arremedo de sorriso da esposa e entrou para mais uma noite morna em frente à TV.
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08/02/2009
O Carnaval, a Cerveja e o Teatro de Revista
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Verão combina com cerveja que não combina com barriga de tanquinho. Mas como não sou escravo da moda, nem de suas dietas impossíveis, prefiro ostentar meus pneuzinhos e ser feliz com o que tenho. Felizes foram nossos pais que não precisavam se preocupar com essas questões menores e tiveram o prazer de admirar e desejar as vedetes do Teatro de Revista, também conhecido como Teatro de Rebolado, bastante populares em meados do século passado. Os mais novos não devem saber, mas muitas das atrizes hoje (re) conhecidas pelo seu trabalho em televisão e teatro começaram lá, encantando nossos pais com corpos esculturais e bem mais cheinhos para os padrões atuais.
O Teatro de Revista, derivado dos ‘vaudevilles’ parisienses,................
Está achando interessante? Quer ler mais? Clique aqui.
Segunda sim, segunda não, estou lá no Palimpnóia, onde desfruto da companhia de pessoas super especiais. A cada dois dias um novo cronista com um assunto muito interessante estará aguardando sua visita lá.
Você já conhece o pessoal do Palimpnóia? Vale a pena conhecer! É gente de primeira! Vá lá...
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Verão combina com cerveja que não combina com barriga de tanquinho. Mas como não sou escravo da moda, nem de suas dietas impossíveis, prefiro ostentar meus pneuzinhos e ser feliz com o que tenho. Felizes foram nossos pais que não precisavam se preocupar com essas questões menores e tiveram o prazer de admirar e desejar as vedetes do Teatro de Revista, também conhecido como Teatro de Rebolado, bastante populares em meados do século passado. Os mais novos não devem saber, mas muitas das atrizes hoje (re) conhecidas pelo seu trabalho em televisão e teatro começaram lá, encantando nossos pais com corpos esculturais e bem mais cheinhos para os padrões atuais.
O Teatro de Revista, derivado dos ‘vaudevilles’ parisienses,................
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Você já conhece o pessoal do Palimpnóia? Vale a pena conhecer! É gente de primeira! Vá lá...
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03/02/2009
Considerações masculinas sobre corpos femininos
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Nas décadas de 40 e 50, imperavam como modelos de beleza feminina, Elizabeth Taylor e Marilyn Monroe, expostas ao mundo por Hollywood e, da Europa, nos chegavam a exuberante Sofia Loren e a estonteante Brigitte Bardot, todas com seus seios fartos, quadris largos, cinturinha “de pilão” e sensualidade transbordante. Era uma época em que os corpos femininos viviam cobertos por mais panos, escondendo partes do corpo e apenas insinuando todas as “delícias carnais”, com esplendores curvilíneos, macios e consistentes em suas carnes fartas. E os homens amavam as suas mulheres, desejando ardentemente seus corpos fartos e voluptuosos.
Elas também não tiranizavam os homens, cuja barriguinha aparente era antes um sinal de estabilidade, boa saúde e prosperidade. Ninguém vivia “malhando” em academias atrás de músculos poderosos e barrigas de tanquinho.
A década de 60, com grandes mudanças, entre as quais, o primeiro homem a pisar a Lua, o surgimento de um protótipo da internet (a Astranet), alterações nos sistemas de telefonia, o surgimento da TV colorida, dos Beatles e, claro, da magérrima Twiggi, que mais parecia um rapazinho adolescente, foi um período marcante e muito importante, como marco da modernidade.
Por essa época, movimentos como o do WLM (Women’s Liberation Movement), onde cerca de 400 ativistas realizaram um protesto contra a eleição de Miss América, por considerarem a escolha da americana mais bonitinha como uma visão arbitrária da beleza e opressiva às mulheres, devido sua exploração comercial. Elas depositaram no chão do Atlantic City Convention Hall, sapatos de salto alto, cílios postiços, sprays de laquê, maquiagem, revistas femininas, cintas, espartilhos e, claro, os famosos sutiãs, todos tidos como “instrumentos de tortura feminina”. Em dado momento, alguém sugeriu que tacassem fogo em tudo, o que evidentemente não aconteceu, por falta de permissão, já que estavam em um local não público. Também não se tem notícia de nenhuma mulher que tenha tirado seu sutiã em público para “queimá-lo”. Esse movimento acabou sendo conhecido como “A Queima dos Sutiãs”, foi associado aos movimentos feministas e até mesmo aos de liberação sexual dos jovens, sem que nenhum tivesse nada a ver, diretamente, com os demais.
Mas, a partir daí, a indústria do consumismo, sempre atrás de um cada vez maior número de escravos, através da mídia começou a transformar os padrões de beleza, confortáveis até então, numa verdadeira guerra contra o corpo, os quilinhos a mais e, principalmente as gordurinhas extras. E estava criada a obsessão que atinge até os dias de hoje a maioria das mulheres – e de muitos homens também – atrás da silhueta esguia e do tônus muscular de um zagueiro de futebol. Vêem-se mulheres insatisfeitas com seus corpos, se julgando imperfeitas, sempre 2, 3 ou mais quilos atrás da felicidade. Essa busca de um padrão de beleza completamente distante do corpo humano natural cria ferozes ditaduras, dietas intermináveis, lipoaspirações, aplicações de botox e outras substâncias químicas, baldes de suor derramados em academias de ginástica – verdadeiros templos de tortura – e tudo em nome da busca da saúde.
A massificação dos conceitos exclui a individualidade, cria o mito da “falsa gorda”, com a idéia de felicidade possível apenas dentro de um padrão estético pré-determinado, além de impedir a realização pessoal, social e afetiva da mulher – e do homem – que se permite aprisionar por estes “dogmas”.
No Brasil ainda temos a herança genética que nos presenteou com quadris mais largos, fazendo com que a mulher brasileira se diferencie das norte americanas e européias, devido a essas formas mais exuberantes. Também contribuiu para isso, o surgimento de uma Gisele Bündchen, melhor servida em peitos e bunda do que suas companheiras de passarela e que conseguiu tornar-se a queridinha da moda, abrindo caminho para que a beleza brasileira galgue degraus na escala da moda. Espero que isso ponha fim a essa ditadura que obriga nossas mulheres a queimarem durante o dia os contornos dos seus corpos que nos serão negados à noite, substituídos por indesejável massa muscular, mais apropriada aos atletas de uma Olimpíada.
Que mulheres e homens aprendam a respeitar seus corpos, com perfeições e imperfeições, entendendo finalmente que são apenas gente, pessoas que nascem, crescem, estudam, trabalham, paqueram, amam, trepam e têm por objetivo principal, viver bem consigo mesmos e com a vida.
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O meu amigo Sieger indicou o Janelas como um Blog Maneiro. Obrigadão.
Antes de repassar, tem umas regrinhas e depois, um prêmio.
Regras:
1 - Exibir o selinho do Blog Olha que maneiro!
2 - Postar o link do blog pelo qual foi indicado.
3 - Indicar e comunicar 10 blogs da sua preferência.
4- Confira se os blogs indicados cumpriram as regras.
5 - Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá uma caricatura em P&B.
6 - Só tá valendo se todas as regras acima forem seguidas!
Como todos os blogs que visito são maneiros, vou deixar de repassar, valendo para quem se habilitar.
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Nas décadas de 40 e 50, imperavam como modelos de beleza feminina, Elizabeth Taylor e Marilyn Monroe, expostas ao mundo por Hollywood e, da Europa, nos chegavam a exuberante Sofia Loren e a estonteante Brigitte Bardot, todas com seus seios fartos, quadris largos, cinturinha “de pilão” e sensualidade transbordante. Era uma época em que os corpos femininos viviam cobertos por mais panos, escondendo partes do corpo e apenas insinuando todas as “delícias carnais”, com esplendores curvilíneos, macios e consistentes em suas carnes fartas. E os homens amavam as suas mulheres, desejando ardentemente seus corpos fartos e voluptuosos.
Elas também não tiranizavam os homens, cuja barriguinha aparente era antes um sinal de estabilidade, boa saúde e prosperidade. Ninguém vivia “malhando” em academias atrás de músculos poderosos e barrigas de tanquinho.
A década de 60, com grandes mudanças, entre as quais, o primeiro homem a pisar a Lua, o surgimento de um protótipo da internet (a Astranet), alterações nos sistemas de telefonia, o surgimento da TV colorida, dos Beatles e, claro, da magérrima Twiggi, que mais parecia um rapazinho adolescente, foi um período marcante e muito importante, como marco da modernidade.
Por essa época, movimentos como o do WLM (Women’s Liberation Movement), onde cerca de 400 ativistas realizaram um protesto contra a eleição de Miss América, por considerarem a escolha da americana mais bonitinha como uma visão arbitrária da beleza e opressiva às mulheres, devido sua exploração comercial. Elas depositaram no chão do Atlantic City Convention Hall, sapatos de salto alto, cílios postiços, sprays de laquê, maquiagem, revistas femininas, cintas, espartilhos e, claro, os famosos sutiãs, todos tidos como “instrumentos de tortura feminina”. Em dado momento, alguém sugeriu que tacassem fogo em tudo, o que evidentemente não aconteceu, por falta de permissão, já que estavam em um local não público. Também não se tem notícia de nenhuma mulher que tenha tirado seu sutiã em público para “queimá-lo”. Esse movimento acabou sendo conhecido como “A Queima dos Sutiãs”, foi associado aos movimentos feministas e até mesmo aos de liberação sexual dos jovens, sem que nenhum tivesse nada a ver, diretamente, com os demais.
Mas, a partir daí, a indústria do consumismo, sempre atrás de um cada vez maior número de escravos, através da mídia começou a transformar os padrões de beleza, confortáveis até então, numa verdadeira guerra contra o corpo, os quilinhos a mais e, principalmente as gordurinhas extras. E estava criada a obsessão que atinge até os dias de hoje a maioria das mulheres – e de muitos homens também – atrás da silhueta esguia e do tônus muscular de um zagueiro de futebol. Vêem-se mulheres insatisfeitas com seus corpos, se julgando imperfeitas, sempre 2, 3 ou mais quilos atrás da felicidade. Essa busca de um padrão de beleza completamente distante do corpo humano natural cria ferozes ditaduras, dietas intermináveis, lipoaspirações, aplicações de botox e outras substâncias químicas, baldes de suor derramados em academias de ginástica – verdadeiros templos de tortura – e tudo em nome da busca da saúde.
A massificação dos conceitos exclui a individualidade, cria o mito da “falsa gorda”, com a idéia de felicidade possível apenas dentro de um padrão estético pré-determinado, além de impedir a realização pessoal, social e afetiva da mulher – e do homem – que se permite aprisionar por estes “dogmas”.
No Brasil ainda temos a herança genética que nos presenteou com quadris mais largos, fazendo com que a mulher brasileira se diferencie das norte americanas e européias, devido a essas formas mais exuberantes. Também contribuiu para isso, o surgimento de uma Gisele Bündchen, melhor servida em peitos e bunda do que suas companheiras de passarela e que conseguiu tornar-se a queridinha da moda, abrindo caminho para que a beleza brasileira galgue degraus na escala da moda. Espero que isso ponha fim a essa ditadura que obriga nossas mulheres a queimarem durante o dia os contornos dos seus corpos que nos serão negados à noite, substituídos por indesejável massa muscular, mais apropriada aos atletas de uma Olimpíada.
Que mulheres e homens aprendam a respeitar seus corpos, com perfeições e imperfeições, entendendo finalmente que são apenas gente, pessoas que nascem, crescem, estudam, trabalham, paqueram, amam, trepam e têm por objetivo principal, viver bem consigo mesmos e com a vida.
O meu amigo Sieger indicou o Janelas como um Blog Maneiro. Obrigadão.
Antes de repassar, tem umas regrinhas e depois, um prêmio.
Regras:
1 - Exibir o selinho do Blog Olha que maneiro!
2 - Postar o link do blog pelo qual foi indicado.
3 - Indicar e comunicar 10 blogs da sua preferência.
4- Confira se os blogs indicados cumpriram as regras.
5 - Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá uma caricatura em P&B.
6 - Só tá valendo se todas as regras acima forem seguidas!
Como todos os blogs que visito são maneiros, vou deixar de repassar, valendo para quem se habilitar.
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